Uma cigana espanhola, solteira, e triste por isso, começou a rezar. A cigana, então, começou a rezar à Lua. Rezou à Lua desde o pôr do Sol. Rezou à Lua até o amanhecer. Com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada (finalmente essa descrição é utilizada com uma cigana realmente), a cigana chorava o tempo inteiro. Quando o Sol começou a despertar no horizonte, ela pediu à Lua: “Quero me casar com um homem, faça com que isso aconteça, quero um cigano com quem eu possa me casar”. Sua fé no satélite persistiu. E entre lágrimas, preces e pedidos, as nuvens se abriram no céu escuro de algum outro dia. Como uma cortina de teatro, as nuvens se moviam para que a Lua aparecesse. Era uma sexta-feira de Lua Cheia. Apareceria o lobisomem? Não, infeliz, lobisomens não existem! O que apareceu foi apenas a Lua Cheia. A Lua Cheia que falou dos altos céus à cigana Sandra Rosa Madalena, a mulher que vivia a sonhar: “Quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar, por isso, terás o teu homem de pele morena”. A felicidade da cigana foi tamanha, que seu coração acelerou as batidas, o corpo ficou pálido. Seus olhos brilharam sem lágrimas. Sua visão escureceu e por um momento ela achou que fosse desmaiar. Mas ela não desmaiou. Ela não conseguia acreditar que a Lua, aquela que loucamente falara, lhe daria um Sidney Magal. Entre os agradecimentos à Lua, esta, Cheia, falou à mulher de pele castanha: “Você terá o seu homem de pele morena, mas, em troca, eu quero o primeiro filho que você tiver com ele”. Desesperada pela escolha, mas acreditando que teria, com o marido, mais de um filho, a cigana aceitou entregar o filho à Lua. “Quem está disposto a sacrificar um filho, para que consiga assim minha benção para não ficar sozinho, nunca iria amar a criança”, suspirou a Lua em forma de ventos que sussurravam na Terra. E, assim, se escondeu de novo atrás das nuvens. O casamento com um cigano com a pele cor de canela aconteceu. E, meses depois, nascia um filho. O primeiro filho. A criança, porém, não nasceu como os pais. Não tinha olhos verdes, como os pai, nem cor de mel claro, como os da mãe. Seus olhos eram cinza. Profundamente cinza. Sua pele era branca como o leite. Depois do nascimento, a mãe constatou: “É o filho albino da Lua”. O pai, com ódio transbordando pelo corpo, urrava sua raiva. “Olhe como ele nasceu! Maldito seja! Maldita seja a aparência dessa criança! Esse menino não é um cigano e eu não vou tolerar isso!” O cigano pensou, então, que fora traído. Se sentia desonrado. Foi até sua mulher, a cigana, com uma faca na mão. Permitiu que ela se explicasse. Ela caiu, então, de joelhos no chão. Olhou para o céu, onde a Lua se escondia por trás das nuvens. “Me diga, Lua de Prata, o que você vai fazer com uma criança de carne e osso?” A Lua, desta vez, nada respondeu. E a mulher gritava, desesperada, enquanto o cigano, seu esposo, a levantava puxando seus cabelos: “Lua, você quer ser mãe, mas não consegue encontrar um homem que te faça mulher”. Raios cruzaram o céu. A Lua, então Nova, parecia nervosa por sua solidão. O cigano conseguiu deixar a esposa em pé. Com a delicadeza de um dançarino, a feriu. Rasgou o pescoço da cigana, como quem rasga uma folha de papel vagabundo. A moça caiu no chão e nunca mais se levantou. O homem abandonou o bebê recém-nascido e nunca mais foi visto. Conta a lenda que, depois disso, toda vez que a Lua fica Cheia é porque a criança está feliz. E se o bebê, filho albino da Lua, chora, a mãe Lua sorri minguante, para dar a ele um berço. Ou, como dizem os ciganos na língua deles: y si el niño llora, menguará la luna para hacerle una cuna.
Lenda Hijo de la Luna
Oi, oi gente, estou meia atrapalhada para postar sempre noticias como eu tinha prometido mas prometo que vou postar meio que tudo que rolou por esse tempo Ok? Agora aqui, saindo um pouquinho da nossa programação do blog, esse post é sobre um trabalho no curso, que eu devo postar em uma rede social onde pode ser contato o quanto de visualização, então recorri aqui, porque vocês são meus fieis amigos, então vamos lá certo? Essa lenda é Hijo de la Luna traduzindo Filho da Lua